Enciclopédia da Terra-Média
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Esse artigo trata sobre o Elfo de Doriath. Para ler sobre Rei de Arnor, veja Beleg de Arnor.
Beleg
Beleg
Beleg por Elena Kukanova
Informações biográficas
Outros nomes Cúthalion (S, "Arcoforte")
Títulos "o Arcoforte"
"o Arqueiro"
"de Doriath"
"de Thingol"
Posição Chefe dos Guardioes da Fronteira de Doriath
Nascimento AA?
Morte 489 PE
Taur-nu-Fuin
Afiliação Guardiões das Fronteiras, Dois Capitães, Gaurwaith
Cultura Sindar (Elfos de Doriath)
Descrição física
Gênero Masculino
Raça Elfo
Cabelo Preto
"Beleg Cúthalion! Por muitos feitos, você merece minha gratidão."
Thingol em O Silmarillion, "De Túrin Turambar"

Beleg, também conhecido como Beleg Cúthalion ou Beleg Arcoforte foi um elfo sinda, que atuou como Chefe dos Guardiões da Fronteira de Doriath sob o comando do Rei Thingol, e também um importante companheiro de Túrin. Beleg e Túrin combateram orcs de Morgoth no decorrer da Primeira Era na região das fronteira setentrional de Doriath e eventualmente em Dor-Cúarthol, novamente ao lado de Túrin e guardando a Estrada do Sul dos avanços de Morgoth sobre os reinos dos Elfos.

História[]

Guardião das fronteiras de Doriath[]

"Apenas um era mais poderoso em armas que Túrin dentre os vigias fronteiriços de Thingol naquela época, e este era Beleg Arcoforte. Beleg e Túrin eram companheiros em todos os perigos, e caminhavam juntos por toda parte nas florestas selvagens."
Os Filhos de Húrin, "Túrin em Doriath"

Junto com Mablung, Beleg foi um dos grandes capitães dos Sindar. Beleg era o capitão dos Guardiões da Fronteira e, portanto, estava geralmente de serviço nas fronteiras norte de Doriath, perto de Brethil, Dimbar e Nan Dungortheb. Beleg portava um arco negro chamado Belthronding, ao qual seu epessë fazia referência, e uma flecha chamada Dailir.

Foi muitas vezes primeiro na defesa de Doriath, e através de muitos feitos de valor ganhou a gratidão do Rei Thingol.[1] Quando saía de Doriath, frequentemente era acompanhado por Mablung, como quando participaram da Mereth Aderthad. Eles foram também os únicos Iathrim a se unirem às hostes dos Noldor em Nirnaeth Arnoediad. Ele participou da Caçada ao Lobo, junto com o Rei Thingol, Mablung, Beren Ercharmion e o grande cão Huan.

Encontro com Túrin[]

Elena Kukanova - Doriath - Beleg and young Turin

Beleg e o jovem Túrin em Doriath, por Elena Kukanova

Por volta de 472 da Primeira Era, o Ano da Lamentação, Beleg encontrou Túrin, acompanhado de Gethron e Grithnir, nas fronteiras de Doriath, perdidos após uma longa viagem desde Dór-lomin. Beleg prontamente propôs-se a guiar os viajantes, e via com bons olhos a aspiração de Túrin de tornar-se um cavaleiro do Rei. Ele levou os viajantes até uma choupana de caçadores onde esperaram a resposta de um mensageiro enviado a Menegroth; Mais tarde, Beleg os conduziu até a cidade atravessando vias ocultas, e foi o responsável por levar Túrin a Thingol e Melian, que o adotaram. Beleg e Túrin tornaram-se companheiros e irmãos-em-armas, e foram descritos como os mais habilidosos guerreiros do Rei Thingol.[1]

A sentença de Thingol[]

Em 484 da Primeira Era, Beleg recebeu com pesar a notícia de que Túrin poderia ter causado a morte de Saeros antes fugido de Doriath. Pouco antes do Rei Thingol declarar seu julgamento final acerca da morte de Saeros, que acreditava-se ter sido morto injustamente por Túrin, Beleg interrompeu a reunião e trouxe Nellas, uma testemunha-chave do ocorrido, aos salões do Rei. Ela então pôde contar, embora tímidamente, que vira Saeros dar o primeiro golpe em Túrin de maneira covarde, o surpreendendo na floresta com uma espada. Tais ações levaram o Rei Thingol a alterar drásticamente seu julgamente, afirmando que concederia perdão a Túrin caso ele retornasse.[1]

Em busca de Túrin[]

Beleg by Alan Lee

Beleg recebe Anglachel, por Alan Lee

"Dá-me licença, senhor—, disse Beleg—, e em teu nome repararei esse mal, se puder. Pois o homem que ele prometia se tornar não deveria desperdiçar-se no ermo. Doriath precisa dele, e a necessidade ainda crescerá mais. E eu também o amo."
Os Filhos de Húrin, "Túrin em Doriath"

Thingol concordou em enviar Beleg em busca de Túrin, agora exilado, e oferecer seu perdão para que Túrin retornasse a seu lar adotivo. Beleg considerou seu arco inadequado para essa tarefa e escolheu a espada Anglachel da armaria de Thingol, que Eöl, o Elfo Escuro, tinha forjado e dado a Thingol como tributo. Ele a escolheu apesar do aviso de Melian acerca da malícia ainda guardada na espada por seu criador. Beleg então partiu em busca de notícias de Túrin por toda a parte de Beleriand,[1] eventualmente partindo rumo as regiões setentrionais de Doriath.[2]

Beleg procura por Túrin

Beleg procurando por Túrin, por Alan Lee.

Além da procura de Beleg, Thingol enviou mensageiros ao interior de Doriath e até as terras próximas de suas fronteiras. Beleg não h havia sido capaz de encontrar sinais de Túrin em suas viagens por quase um ano.[2]

Quando passou pelas casas dos homens da floresta, logo após Túrin deixar essa região, ouviu uma história a respeito de um homem com a descrição de Túrin, que atendia pelo nome Neithan, e dizia-se que recentemente matara o líder dos Gaurwaith defendendo a filha de Larnach. Perecebendo que tratava-se de Húrin, Beleg advertiu os homens da floresta acerca dos orcs que viriam por Taur-nu-Fuin, motivo pelo qual ele mesmo retornara de sua viagem rumo ao norte até as Travessias do Teiglin.[2]

Rastreando os proscritos[]

"Assim foi que o próprio Beleg os caçou em vão. Conduzido pelos sinais que podia interpretar, ou pelo rumor da passagem dos homens entre os seres selvagens com os quais conseguia falar, muitas vezes esteve perto, mas seu covil sempre estava deserto quando lá chegava."
Os Filhos de Húrin, "Túrin entre os proscritos"

Beleg chegou a questionar se havia treinado bem demais a Túrin, "filho dos homens", pois "poderia dizer que tratava-se de um bando de elfos", tamanha sua habilidade de não se deixarem ser rastreados, pois suspeitavam da perseguição de Beleg e tinham medo de qualquer que fosse sua intenção. Beleg eventualmente os encontrou, enquanto buscavam parte da pilhagem dos homens da floresta que haviam sido atacados pelos orcs.[2]

"Disseram lhe então    que de Thingol era servo
o que estava preso o tronco ―    e Túrin, olhando,
reconheceu em assombro    o sério semblante
de Beleg, o magno,    seu irmão de armas
seu tutor na arte    de bater espadas,
do arco forte    e da flecha com penacho.
"
As Baladas de Beleriand, A Balada dos Filhos de Húrin, "II. Beleg"

Embora tivesse os aproximado "como amigo" e sem armas nas mãos, Beleg foi amarrado e confrontado pelos proscritos por tê-los seguido por tanto tempo. Andróg lhe acusou de ser um espião de Doriath, e desejava matá-lo mesmo na ausência de Túrin, que há dias estava ausente. Andróg também desejava o arco de Beleg, mas Algund e outros não permitiram que ele o matasse, temendo a reação de seu capitão. Foi deixado sem comida ou água, amarrado em uma árvore de forma a torturá-lo. Túrin retornou aos seus homens dois dias depois, quando a maioria estava disposta a matar o Elfo.[2]

"Se eu ficar a teu lado, serei guiado pelo amor, não pela sabedoria — disse Beleg. — Meu coração me alerta de que devemos voltar a Doriath. Em outros lugares uma sombra se coloca diante de nós."
Os Filhos de Húrin, "Túrin entre os proscritos"

Quando o viu, Túrin chorou e o desamarrou imediatamente. Apesar de sua amargura para com os homens, tratou primeiro de Beleg e então confrontou os atos de seus companheiros. Beleg então compartilhou a notícia que trazia, do perdão concedido por Thingol e de que por um ano ele havia sido procurado, para que retornasse a Menegroth com sua honra restaurada. Porém, Túrin não demonstrou alegria e na manhã seguinte, Beleg implorou que Túrin retornasse, e lhe contou a cerca da sentença de Thingol e daqueles que haviam falado em favor de Húrin, como Mablung e Nellas. Beleg afligiu-se com a decisão orgulhosa de Túrin, e convocou seu amigo para ir a Dimbar, porém Túrin novamente recusou, pois teria que passar por Doriath e usar do perdão de Thingol. Assim, Beleg optou por não acompanhá-lo, e Túrin lhe disse que estaria em Amon Rûdh caso Beleg desejasse estar a seu lado.[2]

De volta a Menegroth[]

"Este pão de viagem, Beleg - disse ela. -, há de ser teu auxílio no ermo e no inverno, e também o auxílio daqueles que escolheres. Pois agora te confio isto para repartires com quem quiseres em meu nome."
Os Filhos de Húrin, "Túrin entre os proscritos"

Após apresentar-se a Thingol e Melian e lhes contar o que ocorrera (com exceção do tratamento cruel que havia recebido dos proscritos), ao que o Rei queixou-se da atitude dura de Túrin e a Rainha Melian presentou a Beleg com lembas, embrulhado em folhas de prata e lacrado com o selo da Rainha, para que ele repartisse com quem quisesse. Quando Beleg partiu de Menegroth e retornou ao norte, abandonou seus companheiros com a chegada do inverno,[2] e partiu com a intenção de juntar-se novamente a Túrin. Ele levou consigo o Elmo de Dragão para devolvê-lo a seu antigo dono, esperando dissuadir Túrin de continuar vivendo no ermo.[3]

Entre os proscritos[]

No meio daquele inverno, Beleg discretamente invadiu o esconderijo de Túrin e dos proscritos, agora sitiados nos salões do anano-miúdo Mîm em Amon Rûdh.

Saindo discretamente das sombras e aproximando-se da fogueira que os reunia, ele revelou-se aos homens e trouxe coisas para seu auxílio, voltando a ter com Túrin e os homens que o seguiam.

Quando Túrin recusou o pão de viagem dos eldar, lembas-in-Elidh, por terem vindo de Doriath, Beleg o criticou duramente por sua atitude.[3]

Dois Capitães[]

BelegTurinElena

Beleg Arcoforte e Túrin Elmo de Dragão por Kukanova

"Naquele ano, por toda a Beleriand, sob a floresta e sobre o rio e através das passagens dos morros, correu o sussuro de que o Arco e o Elmo que (acreditava-se) havia tombado em Dimbar outra vez haviam se erguido contra todas as possibilidades."
Os Filhos de Húrin, "A terra do Arco e do Elmo"

No ano 489, Beleg juntou-se a companhia como conselheiro de Túrin,[3] além de ocupar-se com cuidar dos feridos e doentes. O longo alcance de sua visão também era de bom uso a companhia, além de sua habilidade com o arco e a espada. Ao fim do inverno, Túrin, Beleg, e sua companhia de menos de 50 homens passou a caçar orcs que aproximavam-se pela Estrada do Sul, que atravessava as bordas de Brethil e também Amon Rûdh, até chegar em Nargothrond. Eles tornaram-se conhecidos entre os servos de Morgoth e também outros elfos e homens que juntaram-se a eles e viviam acampados nos arredores de Amon Rûdh. Orodreth, Rei de Nargothrond e o próprio Thingol chegaram a ouvir da volta do Arco e do Elmo. Residiam nos salões ocultos do anano-miúdo Mîm, que agora chamavam de Echad i Sedryn, e após ganharem confiança em sua guerra contra os orcs do norte, Beleg novamente aconselhou Túrin a buscar associações e não lutar sozinho, pois a ira de Morgoth viria cada vez maior.[4]

Morte[]

Ted Nasmith - Beleg is Slain

Beleg é Assassinado por Ted Nasmith

Beleg seguiu os Orcs até Taur-nu-Fuin, onde encontrou Gwindor, um Elf de Nargothrond que havia sido capturado na Nirnaeth Arnoediad, mas escapara da escravidão nas minas de Morgoth. Com a ajuda de Gwindor, que havia visto a passagem da tropa de Orcs, Beleg encontrou o acampamento dos Orcs durante a noite. Ele matou um por um os lobos que guardavam o acampamento. Em seguida, conseguiu resgatar Túrin, que estava inconsciente devido à tortura que sofrera, durante uma tempestade.

Beleg levou Túrin para longe do acampamento e cortou suas amarras com sua espada. No entanto, a lâmina escapou e cortou a carne de Túrin. Acordando repentinamente e cheio de memórias terríveis da tortura passada, Túrin apenas percebeu uma figura curvada sobre ele com uma lâmina e acreditou que os Orcs estavam prestes a torturá-lo novamente. Encontrando suas mãos desamarradas, em uma súbita explosão de autodefesa, Túrin arrancou Anglachel de Beleg e o matou.

Beleg foi enterrado juntamente com seu arco Belthronding por Túrin e Gwindor. Anglachel havia se tornado negra e cega quando derramou o sangue de seu mestre. Mas Gwindor a levou consigo, pois considerou melhor usar a lâmina para se vingar de Morgoth do que deixá-la apodrecer na terra.

Legado[]

Após se recuperar do choque de ter matado Beleg, Túrin compôs uma canção em sua homenagem, chamada Laer Cú Beleg, a Canção do Grande Arco. Anos depois, Túrin enfrentou seu destino em Cabed-en-Aras, cometendo suicídio depois de se dirigir a Gurthang, que lhe respondeu mencionando seu crime passado:

"Sim, eu beberei teu sangue com prazer, para que possa esquecer o sangue de Beleg, meu mestre, e o sangue de Brandir morto injustamente. Eu te matarei rapidamente."
Os Filhos de Húrin, "A morte de Túrin"

Além disso, Muitos dos homens da floresta que seguiram o conselho de Beleg puderam escapar dos orcs que atravessaram o Brithiach e passaram rumo ao sul em busca de pilhagem, embora muitos houvessem sido mortos pelos numerosos orcs.[2]

Etimologia[]

Em Sindarin, o nome Beleg significa "poderoso". Sua epessë (sobrenome) Cúthalion significa "Arco Forte", derivado do Sindarin cu ("arco") e thalion ("forte, destemido").

Armas[]

Ele empunhava a espada Anglachel, forjada por Eöl, e dada a Beleg por Thingol. Seu arco era chamado Belthronding e sua flechas Dailir.

Outras versões do legendário[]

Em escritos anteriores, Beleg não foi morto imediatamente por Túrin. Após uma emboscada, Túrin foi capturado vivo e Beleg foi deixado para morrer. Eventualmente, ele foi curado de seus ferimentos por Melian, o que permitiu que ele continuasse em busca de seu amigo. Ele encontrou Gwindor em Taur-nu-Fuin e juntos eles resgataram Túrin. No entanto, Túrin matou Beleg por acidente.

Ver também[]

Referências[]

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