Enciclopédia da Terra-Média
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Thingol
Ekukanova - Elu Thingol
Elu Thingol, por Elena Kukanova
Informações biográficas
Outros nomes Elu (s.)
Elwë (q.)
Singollo (q.)
Títulos Rei Manto-gris[1]
Rei Oculto
Rei de Doriath
Nascimento Cuiviénen
Reinado 1152 A.A. - 503 PE
Morte 503 PE[note 1]
Menegroth
Família
Irmãos Olwë
Elmo[2]
Filhos Melian
Túrin (adotado)
Descrição física
Gênero Masculino
Raça Elfo
Cabelo Cinza prateado
Altura O mais alto dos filhos de Ilúvatar[3]
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"Em Beleriand, o Rei Thingol em seu trono era como os senhores dos Maiar, cujo poder repousa, cuja alegria é como o ar que respiram todos os dias, cujo pensamento flui em uma maré tranquila das alturas às profundezas."
Quenta Silmarillion, "Dos Sindar"

Thingol, também conhecido como Elu, foi um dos dois reis dos Teleri, ao lado de seu irmão mais novo, Olwë. Ele também foi o Rei de Doriath e o maior Senhor dos Sindar. Conhecido como Elwë durante os primeiros anos dos Eldar, ele era o irmão mais velho de Olwë e Elmo. Ele também era um grande amigo de Finwë, Rei dos Noldor. Seu cabelo era prateado e ele era o mais alto de todos os Elfos e Homens. Como "Senhor de facto" de Beleriand, Thingol se tornaria uma figura central da Primeira Era, trazendo instigação a busca pelo Silmaril, a maior vitória de sua Era, que foi também a causa de sua ruína.

História[]

Embaixador dos Valar[]

Nan Elmoth - Elwe e Melian por Elena Kukanova

"Elwë e Melian" por Elena Kukanova

Thingol nasceu em Cuiviénen nos dias antes do Sol e da Lua, quando a Terra-média estava iluminada apenas pela luz das estrelas.

Depois do aprisionamento de Melkor, o vala Oromë levou três Ingwë, Finwë e Elwë consigo para Valinor, para convencer os elfos a se juntarem aos Valar no Reino Abençoado. Ao retornarem, os embaixadores élficos convenceram muitos a se juntarem a eles na Grande Jornada para o Oeste. Durante a viagem de centenas de milhas, a hoste élfica se separou em três grupos, que ficaram conhecidos como vanyar, noldor, e teleri.[4]

Os teleri eram o maior povo e dividiam-se em duas hostes, liderados por Elwë e seu irmão Olwë. Elwë tinha mais desejo de ver Valinor outra vez do que seu irmão, e queria alcançar os noldor por causa de sua amizade com Finwë; mas os teleri eram foram também os mais lentos e os últimos a chegarem as costas ocidentais da Terra-média.

Depois de muitos anos, os teleri atravessaram as Montanhas Azuis e ficaram por algum tempo na Beleriand Oriental.[4] Nessa época, Elwë retornou de uma reunião com seu amigo Finwë, e vagou pela floresta de Nan Elmoth, onde conheceu e se apaixonou por Melian a Maia. Preso em um encantamento de sua própria criação, Elwë e Melian não puderam ser encontrados pelos teleri que procuravam por Elwë. Quando os Valar retornaram para levar os elfos restantes para Valinor, apenas alguns deles seguiram Olwë através do Belegaer. O restante havia se apaixonado pelas terras de Beleriand e recusava partir sem seu líder desaparecido.[5]

Rei de Doriath[]

Elena Kukanova - King of Doriath

Rei de Doriath por Elena Kukanova

Em 1152 A.A., Elwë despertou de seu transe e reapareceu com sua noiva Melian. Ele havia mudado bastante desde que seu povo tinha o visto pela última vez: ele agora era o mais alto dos Filhos de Ilúvatar. Ele ajuntou seu povo e fundou o Reino de Doriath. Seus vassalos se tornariam os sindar, ou elfos-cinzentos, e sua língua era o sindarin. Daquele momento em diante Elwë foi conhecido como Rei Elu Thingol, e declarou soberania sobre todas as terras em Beleriand. Enquanto Thingol era rei dos elfos-cinzentos, ele havia visto a luz das Duas Árvores como um embaixador dos valar, e portanto foi contado como um alto elfo, e igual perante qualquer senhor dos eldar. Ele era reconhecido como alto-rei de todos os teleri em Beleriand, mesmo depois de Doriath ter-se ocultado.[6]

Sob conselho de Melian, Thingol se tornou um aliado dos anãos de Belegost, que esculpiram as cavernas de Menegroth para ele. Como pagamento, ele lhes deu a grande Nimphelos, além de outras coisas.[6]

Mil anos antes da primeira ascensão do Sol e da Lua os elfos-verdes entraram em Beleriand sob o comando de Denethor. Thingol os recebeu e lhes deu as terras de Ossiriand, que eles nomearam Lindon. Os elfos-verdes relataram o crescimento de orques e outras criaturas vis no norte e leste da Terra-média, e os elfos-cinzentos começaram a se armar.[6]

Séculos depois, Melkor retornou a Terra-média. Agora chamado Morgoth, ele havia destruído as Duas Árvores, matado Finwë, o Rei dos Noldor, e roubado as grandiosas Silmarils. Buscando declarar domínio, ele lançou um assalto repentino nas terras dos sindar. A Primeira Batalha de Beleriand foi bem para Thingol, que impediu qualquer orc de invadir Doriath, mas os elfos-verdes tiveram numerosas perdas e os falathrim foram sitiados.[6]

Os falathrim foram finalmente salvos pela chegada inesperada dos noldor, que iniciaram a Dagor-nuin-Giliath ("Batalha Sob as Estrelas") na qual as forças de Morgoth foram todas aniquiladas.[7]

Thingol e os noldor[]

Após a Primeira Batalha de Beleriand, Doriath foi protegida pelo Cinturão de Melian, uma cerca impenetrável de encantamento que protegia o reino.[6] Enquanto seu próprio reino estava protegido, Thingol ainda relutava em ceder qualquer outra terra de Beleriand aos noldor, pois desconfiava dos novos senhores agressivos da Terra-média.[7]

"Em Hithlum os noldor têm permissão para habitar, e nas terras altas de Dorthonion, e nas terras a leste de Doriath que estão vazias e selvagens... pois eu sou o Senhor de Beleriand, e todos os que buscarem habitar ali ouvirão minha palavra."
Quenta Silmarillion, "Da Volta dos Noldor"

As relações do rei Thingol com os noldor pioraram décadas depois, quando ele soube da verdade a respeito dos fratrícidios em Alqualondë. Thingol proibiu o uso de quenya em suas terras, o que levou o sindarin a ser a língua comum dos elfos na Terra-média. O Rei de Doriath se recusou a ajudar os noldor na guerra contra morgoth, e teve pouca participação na luta contínua.[8]

Busca pelo Silmaril[]

"Se não temes feitiços, muros nem armas, como dizes, então vai me trazer um Silmaril da coroa de morgoth. Então daremos joia por joia, mas tu ganharás a mais bela: Lúthien, dos Primogênitos e dos Deuses."
Thingol em A Guerra das Jóias, "Os Anais Cinzentos"

Thingol e Melian tiveram uma filha, chamada Lúthien, considerada a mulher mais bela que já existiu. Lúthien se apaixonou por um homem chamado Beren. Thingol não desejava que os dois se casassem, pois não tinha gosto pela raça dos homens. Como dote, ele pediu um Silmaril da coroa de Morgoth, achando que não haveria maneira de Beren cumprir essa exigência.[9]

No entanto, quando Beren e Lúthien retornaram de Angband, e quando Beren lhe mostrou sua mão perdida que ainda segurava o Silmaril no ventre de Carcharoth, seu coração amoleceu para com ele. Logo, porém, Carcharoth, em sua angústia e raiva pela dor que o Silmaril causava em seu interior, rompeu o Cinturão de Melian e entrou em Doriath. Naquela hora, Thingol, junto com Beren, Mablung, Beleg, e Huan o Cão de Valinor, começaram a Caçada ao Lobo. Carcharoth foi finalmente morto por Huan, mas tanto Huan quanto Beren morreram no processo. Após isso, Lúthien também morreu, e ao chegar nas Salas de Mandos ela implorou a Mandos que Beren fosse trazido de volta à vida. No entanto, era além do poder de Mandos impedir que as almas dos homens passassem para além dos Círculos do Mundo.[9]

Portanto, Ilúvatar, por meio de Manwë, ofereceu a Lúthien e Beren a oportunidade de viverem novamente, mas com Lúthien compartilhando o Dom dos Homens. Ela concordou, e ambos voltaram à vida, vivendo o restante de suas segundas vidas em Tol Galen, longe da vista de qualquer outro mortal.[9]

Adoção de Túrin[]

"— Que mercê gostarias de receber do rei Thingol? — perguntou Beleg ao rapaz.
— Gostaria de ser um dos seus cavaleiros, para combater contra Morgoth e vingar o meu pai.
"
Beleg e Túrin em Os Filhos de Húrin, "A partida de Túrin"

Thingol adotou como filho um jovem homem chamado Túrin, filho de Húrin e parente de Beren, que foi enviado a Doriath quando tinha sete anos de idade.[10] Quando cresceu, ele foi autorizado a se juntar a Beleg (que havia lutado com Thingol contra Carcharoth) nas fronteiras de Doriath, combatendo os orcs de morgoth.[11][12]

Túrin causou acidentalmente a morte de Saeros, um dos conselheiros de Thingol, que o havia provocado e atacado. Antes que ele fosse punido ou perdoado, fugiu. Thingol, porém, deu permissão a Beleg para procurar seu amigo, que, nesse meio tempo, se juntara a um grupo de proscritos.[13] Dizendo a Thingol que Túrin não queria voltar, Thingol permitiu que Beleg fosse se juntar a seu amigo e lhe deu a espada negra Anglachel que Eöl havia forjado e dado a Thingol[14] como tributo.[11]

Nauglamír e morte[]

Peter Xavier Price - Thingol's End

O Fim de Thingol por Peter Xavier Price

Algum tempo depois da trágica morte de Túrin, Húrin, agora um homem idoso liberto da catividade de morgoth, foi permitido entrar em Menegroth. Com raiva, ele jogou o Nauglamír, o tesouro de Nargothrond, aos pés de rei Thingol, "agradecendo" amargamente por ter ajudado seu filho. Melian penetrou a loucura e o lamento de Húrin; envergonhado por suas ações, ele ofereceu sinceramente o Nauglamír a Thingol e deixou Menegroth como um homem arrasado.[15]

Naquele momento, surgiu no coração de Thingol o desejo de pegar o Nauglamír e colocar o Silmaril nele, assim unindo duas das maiores criações feitas pelos elfos e pelos anões. Ele contratou habilidosos artífices anões, mas estes secretamente desejavam possuir ambos os tesouros para si mesmos. Quando o trabalho deles foi concluído, os anões se recusaram a entregar o Nauglamír a Thingol, alegando que ele não tinha direito de possuir o colar inestimável feito por seus ancestrais. Percebendo que eles cobiçavam o Silmaril, Thingol se enfureceu e os insultou. Os anãos ficaram irados com suas palavras duras e o mataram. Isso levou ao saque de Menegroth e à eventual destruição de Doriath, que dispersou seu povo.[15]

Características[]

Seu cabelo era cinza como prata, seus olhos eram como estrelas, e ele era o mais alto de todos os elfos.

Etimologia[]

thingol era seu anessë (nome dado) em Sindarin, que significa "Capa cinza" ou "Manto cinza".[6] O primeiro elemento do nome é thin(d) ("cinza").[16] Paul Strack sugere que o segundo elemento gol é a forma lenida de coll ("capa", "manto").[17]

Outros nomes[]

A tradição quenya o chama Elwë e Singollo, pois os noldor pronunciavam seu epessë como Singollo.

Seu primeiro nome, Elwë, significa "homem estrela" e contém el e -we.

Elwë Þindicollo ou Sindicollo era o nome antigo do rei Thingol; quando ele se estabeleceu em Doriath com Melian, adotou a forma Sindarin de seu nome, Elu Thingol.

Genealogia[]

EnelEnelyë
MelianTHINGOLOlwëElmoCírdan
BerenLúthienFilhos não-nomeadosEärwenFinarfinGaladhon
FinrodAngrodAegnorGaladrielCelebornGalathil
DiorNimloth
ElurédElurínElwing

Notas[]

  1. A morte de Thingol está de fato colocada em Predefinição:AS na versão final de The Tale of Years de The War of the Jewels, mas lá ele foi morto na batalha com os Anões. No entanto, de acordo com a narrativa introduzida após muita hesitação na versão publicada do Silmarillion por Christopher Tolkien, ocorreu imediatamente após a refundição do Nauglamír.

Referências[]

  1. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: De Thingol e Melian"
  2. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), Contos Inacabados, "A História de Galadriel e Celeborn"
  3. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: De Eldamar e dos Príncipes dos Eldalië"
  4. 4,0 4,1 J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: Da Vinda dos Elfos e do Cativeiro de Melkor"
  5. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: De Thingol e Melian"
  6. 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: Dos Sindar"
  7. 7,0 7,1 J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: Do Retorno dos Noldor"
  8. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: Dos Noldor em Beleriand"
  9. 9,0 9,1 9,2 J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: De Beren e Lúthien"
  10. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), Os Filhos de Húrin, "A partida de Túrin"
  11. 11,0 11,1 J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: De Túrin Turambar"
  12. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), Os Filhos de Húrin, "Túrin em Doriath"
  13. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), Os Filhos de Húrin, "Túrin entre os proscritos"
  14. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: De Maeglin"
  15. 15,0 15,1 J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Quenta Silmarillion: Da Ruína de Doriath"
  16. J.R.R. Tolkien, Christopher Tolkien (ed.), O Silmarillion, "Apêndice: Elementos em nomes quenya e sindarin", thin(d)
  17. Paul Strack, "S. Thingol m.", Eldamo, 10 de maio de 2024
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